quarta-feira, 29 de maio de 2013

Leste Europeu: Bratislava, Budapeste e Viena

Desde que comecei a me programar para o intercâmbio, também me programava para fazer alguma viagem no final do mesmo. As aulas acabavam dia 12/04 e eu voltaria para o brasil dia 21/04.

Por coincidência um amigo que conheci la na Dorsert College pretendia fazer uma viagem na mesma época e para aumentar a coincidência o Alisson também é sergipano.

Ele se programou para uma viagem de 15 dias pela Europa, mas eu teria apenas 5 disponíveis então conversamos e ele acabou modificando o ponto inicial para o leste europeu em vez de Londres.

Decidido isto, compramos passagens e reservamos os hostels para Budapeste e Viena. De Viena ele seguia direto para Praga, enquanto eu e Allan iriamos para Bratislava pegar o voo de volta a Dublin. A programação era dia 15/04 ir para Bratislava, chegando pela manhã, dar uma volta pela cidade e a tarde ir para Budapeste de trem ou ônibus e ficar até o dia 17/04 e depois iriamos para Viena onde passaríamos um dia apenas.

Bratislava 


Chegamos em Bratislava e a previsão do tempo estava certa, estava um dia bonito e quente para o que estávamos acostumados em Dublin. A temperatura estava entre 15 e 20ºC e a passagem pela imigração foi tranquila, mas lembrava um filme da guerra fria kkkk. O sujeito não falou nada, apenas folheou meu passaporte, me comparou com a foto e carimbou sem falar nenhuma palavra!!

Depois de passar pela imigração fomos procurar algum centro de informação para turistas, para saber como chegar no centro da cidade. Lá pegamos mapa e o rapaz explicou que deveríamos pegar o ônibus 61 e descer na estação de trem.

Pelo mapa o centro histórico parecia bem pequeno e era perto da estação de trem. Vi que o mapa tinha escala e tentei fazer uma conta estimada, pois claro que estava sem régua, e me pareceu mais perto do que aparentava o mapa, achei que a escala estava errada, mas descobri que estava certa quando usei o Google navigation com o WiFi grátis da estação. Era uma andada de uns três quilômetros e seria bom para já ir conhecendo a cidade.

Bratislava é uma cidade pequena e o centro histórico é menor ainda. Andamos admirando a beleza da cidade e já olhando algum lugar para almoçar. Era muito engraçado que chegávamos nos restaurantes e os garçons vinham falando em Eslovaco ou alguma língua da região. Eu pensava comigo mesmo, "Esse cara não ta vendo que a gente é turista? De onde ele acha que viemos?". Depois de fazermos aquela cara de "Que porra é essa que você está falando?" o pessoal falava em inglês. Alguns tinham um inglês bem básico  mas dava para se comunicar.

Depois de visitar rapidamente uns pontos turísticos e rodar pelo centro, decidimos ir almoçar e descobrimos que a cerveja é muito barata nesta região em comparação ao oeste europeu. Enquanto em Dublin uma pint (570ml) custa no geral acima de 4,50 euros (a mais cara que paguei foi 5,60 :x), lá pagamos 1,60 euros por uma cerveja muito boa.

A comida era muito boa e depois do almoço fomos dar outra volta antes de ir para a estação pegar o trem para Budapeste. Chegamos em cima da hora na estação (15h), torcendo para o trem não ter ido embora e por isso não percebemos que havia uma sinalização de 80 minutos de atraso. Esse atraso foi subindo até chegar a duas horas e depois deste tempo esperando, seguimos para Budapeste.



O trem era simples, mas confortável e não possuía nenhum display mostrando a próxima estação. Isso começou a dar uma insegurança, principalmente porque as paradas eram muito rápidas nas estações, durando em media de 15 a 30 segundos.



Pelo menos uma voz falava o nome das estações e isso deu um pouco de tranquilidade, até que no meio do caminho a voz sumiu!!! A ansiedade subiu um pouco e voltou aquele sentimento guerra fria, mas deixamos para nos preocupar mais adiante, porque faltava ainda um tempo para chegar lá.

Budapeste


Já estava anoitecendo quando um fiscal apareceu e perguntamos quantas estações faltavam e ele disse que em uns 25 minutos chegaríamos em Budapeste. Começamos a olhar como chegaríamos no hostel usando o GPS e vimos que era perto da estação, uns quatro quilômetros, e decidimos ir a pé mesmo.

Com ajuda do GPS chegamos no Wombat hostel. Lembro que havíamos escolhido o que aparentava ser o melhor hostel da cidade pelo hostelworld.com e propaganda não era enganosa. O hostel é super confortável, tudo bem novo e com um atendimento muito bom.

Pegamos um mapa, umas referencia de onde jantar, mas como eram 11 horas muitos restaurantes já estavam fechados. Acabamos escolhendo o Drum Cafe, que na verdade é um restaurante pequeno + cyber café. O ambiente era legal e o cardápio era cheio de fotos dos pratos, coisa muito importante quando você não tem ideia de como é a comida local!

Iniciamos com uma pizza e ficamos positivamente surpresos porque era muito boa. Pedimos outra pizza e eu e Allan sobremesa. No total pedimos 2 pizzas, dois chops, uma coca e duas sobremesas e a conta deu uns 4600 forints (16,42 euros). Isso comprovou uma das coisas que todo mundo falava de Budapeste: Comida e cerveja baratas, cidade muito bonita e mulheres muito bonitas.

Voltamos para o hostel, pois o plano era acordar cedo e conhecer a cidade a pé. Como programado acordamos cedo e visitamos os principais pontos turísticos a pé.

Cruzamos a ponte mais famosa da cidade, a ponte das correntes, e fomos visitar o Buda Castle, que além de possuir uma arquitetura muito bonita proporciona uma vista fantástica. Budapeste impressiona por sua arquitetura, tudo é muito bonito e cheio de detalhes. O parlamento é um dos prédios mais bonitos que já vi, e tanto ele com o Buda Castle se tornam mais bonitos a noite com tudo iluminado.

Depois de um dia bastante corrido, fomos jantar novamente no Drum Cafe e voltamos para o hostel, com a intenção de dormir cedo novamente, pois daríamos a ultima volta na cidade e pegaríamos o trem para Viena.

Fizemos checkout cedo e para adiantar pegamos um metrô até o parque de Városliget. De lá seguimos a pé para a estação de trem e gastamos nossos últimos forints nas passagens de trem e em chocolates e biscoitos.



Viena


O trem para Viena era mais moderno e possuía monitores informando as paradas, o tempo estimado e velocidade. Alisson tinha conseguido acomodação para nós via CouchSurfing e seguindo as indicações do Jakob desembarcamos em Viena e pegamos outro trem e descemos na estação que ele estaria esperando.

O Jakob deve ser o austríaco mais brasileiro que existe, o cara gosta muito do Brasil e adora receber brasileiros. Ele cismou um dia e decidiu aprender português e fez o que qualquer pessoa normal faria, comprou uma gramatica de português em alemão, estudou as regras e viajou para o Brasil hehe.

O cara é muito gente boa e possui um português muito bom. Como ele aprendeu viajando pelo Brasil entendia muitas de nossas gírias. Fomos muito bem recebidos com uma bandeira do Brasil e já conhecemos um dos pontos turísticos da cidade, pois ele mora em frente ao museu Friedensreich Hundertwasser.

Ele foi um arquiteto bem famoso que escreveu um manifesto com o tema: "A linha reta leva ao declínio de nossa civilização". Suas obras não possuem linhas retas e até o chão possui desníveis propositais. Outro fato interessante é que para ele se tomamos espaço da natureza, temos de devolver, então na cobertura de suas obras eram plantadas arvores e plantas.

Fomos dar uma volta na cidade e passamos um tempo bebendo umas cervejas em um bar que fica em frente ao rio. colocaram areia de praia em uma área na margem, então dá um feeling de bem legal para conversar e beber umas cervejas.

De lá ele nos levou para o parque de diversões da cidade que se não me engano possui a roda gigante mais antiga do mundo. Ele indicou o brinquedo êxtase que com certeza recebeu o nome por causa da droga, o negocio era muito rápido e ficávamos de cabeça para baixo muitas vezes.

Depois ele indicou o Black Mamba que se assemelha ao brinquedo Kamikaze que eu já vi em alguns parques brasileiros, só que mais louco. Allan e Alisson ficaram com medinho e eu e Jakob fomos lá. O negocio é muito doido e assusta, principalmente por eu ter medo de altura, mas é um bom tratamento de choque :D

Depois fomos dar uma volta pela cidade, jantamos e voltamos para o aparamento dele. No caminho compramos comida para o café da manhã do outro dia.

Acordamos cedo e por recomendação dele, decidimos conhecer a cidade por bicicleta. Ele usou a dele, pegou duas do sistema publico e eu me cadastrei para poder pegar outra. Viena possui uma cultura de bicicleta muito forte e junto com seu trasporte publico devem ser os motivos porque o transito é bom.

Como tempo era muito curto adamos um bocado e paramos pouco tempo em cada local. O Jakob é um ótimo guia e foi contando a historia de cada local que paramos. A cidade é muito bonita, arborizada e possui parques muito bonitos. Todo mundo fala muito da beleza de Budapeste, mas Viena não fica atrás, possuindo uma arquitetura fantástica e muita história.

Nesse momento da viagem Alisson se separaria da gente e seguiria para Praga, enquanto eu e Allan precisávamos voltar para Bratislava, para de lá retornar a Dublim. Por isto ele foi embora mais cedo que a gente e depois de nos despedirmos fomos almoçar e andar mais pela cidade.

Como estava um dia quente, o Jakob recomendou andar mais de bicicleta e dar um mergulho no rio Danúbio. Ele comentou que as águas ainda deviam estar frias, pois na semana anterior ainda estava muito frio, mas que dava para tomar banho de boa.

Depois de andar muito de bicicleta, chegamos no local que ele tinha comentado e antes de mergulhar eu fui lá verificar a temperatura da água. Nesse momento ele comentou: "Se você fizer o teste não vai pular" e me empurrou! A água estava muito fria e como Allan, que já tinha dito que não ia arriscar, não tirou foto eu tive  de ser empurrado novamente para registrar o momento kkkkkk.

Mais tarde descobrimos que a temperatura da água estava entre 6 e 9 ºC!!!

Chegou a hora de irmos para Bratislava e pegamos as informações de como chegar no local do ônibus e fomos. Não tínhamos muito tempo de sobra então fomos andando rápido até a estação de metrô e por sorte não nos perdemos e achamos ela rápido.

Ai surgiu o primeiro problema, nós chegamos nela de trem e não sabíamos direito onde pegava o metrô e perdemos um tempo até encontrar. Como eu tenho muita sorte a pessoa que eu fui pedir informação não falava inglês e acho que nem austríaco era. Utilizando mimica ele explicou e fomos correndo pegar o metrô.

Esperando o metrô apareceu uma fiscal e confirmamos o metrô e em quantas paradas desceríamos. Desembarcamos na estação bem em cima da hora do ônibus e não vimos nenhum guichê de informações para nós dizer onde pegaríamos o ônibus.

O pior é que havia duas saídas para lados opostos, demos uma olhada na rua de cada uma e fomos para a rua que parecia mais promissora! Depois de andar um pouco vimos o local onde pegaríamos o ônibus e corremos para chegar.

Chegamos tão em cima da hora que o povo estava entrando e o ônibus estava ligado, mas ainda não sabíamos em qual guichê vendia a passagem e claro que começamos a procurar do lado errado ;p. Até o cara do guichê ficou nervoso quando dissemos que pegaríamos aquele ônibus que estava saindo hahaha. Ele mandou um correr e avisar ao motorista que tinha gente que estava comprando o ticket uhauha.

Depois do susto e correria a viagem foi bem tranquila. O ônibus era bem confortável e ainda possuía WiFi e chegamos em Bratislava bem tranquilos :D



Bratislava


Seguimos para o hostel, deixamos as mochilas, pegamos informações e fomos ver o castelo da cidade. Havíamos passado por ele no primeiro dia de viagem, mas não vimos tudo. O castelo era bonito, mas nada fora do comum mas a vista da cidade compensava o esforço.

De lá fomos jantar em um local indicado pela mulher do hostel e foi um daqueles locais que você vê a entrada e acha que é super simples, mas dentro o negocio é gigante, foi um Doctor Who feelings: "It's bigger on the inside" :D

A comida e cervejas eram muito boas e depois demos ainda uma ultima volta pela cidade antes de ir para o hostel dormir.

Ao acordar pegamos as informações dos ônibus e seguimos para o aeroporto.

Bateu aquela tristeza de fim de viagem somada com fim de intercâmbio e prometi para mim mesmo que seguiria o conselho do tio Arnold e voltaria para a Europa o mais breve possível.